A língua brasileira de sinais (Libras) é a língua de
sinais(língua gestual) usada pela maioria dos surdos brasileiros e reconhecida pela Lei. É
derivada tanto de uma língua de sinais autóctone, que é natural da região ou do
território em que habita, quanto da língua gestual francesa; por isso, é
semelhante a outras línguas de sinais da Europa e da América. A Libras não é a
simples gestualização da língua portuguesa, e sim uma língua à parte, como o
comprova o fato de que em Portugal usa-se uma língua de sinais diferente, a
língua gestual portuguesa (LGP).
Assim como as diversas línguas naturais e humanas existentes,
ela é composta por níveis linguísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e
semântica. Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas
línguas de sinais também existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais.
A diferença é sua modalidade de articulação, a saber visual-espacial, ou
cinésico-visual, para outros. Assim sendo, para se comunicar em Libras, não
basta apenas conhecer sinais. É necessário conhecer a sua gramática para
combinar as frases, estabelecendo comunicação.,
Os sinais surgem da combinação de configurações de mão,
movimentos e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os
sinais são feitos também de expressões faciais e corporais que transmitem os
sentimentos que para os ouvintes são transmitidos pela entonação da voz, os
quais juntos compõem as unidades básicas dessa língua.Assim, a Libras se
apresenta como um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos,
oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como em qualquer língua,
também na libras existem diferenças regionais. Portanto, deve-se ter atenção às
suas variações em cada unidade federativa do Brasil.
Breve histórico da língua brasileira de sinais
O antigo Instituto dos Surdos, hoje, Instituto Nacional da
Educação de Surdos (INES) foi a primeira escola para surdos no Brasil, fundada
em 1857 e teve como primeira denominação o nome Collégio Nacional para Surdos
(de ambos os sexos). Foi a partir deste, com a miscigenação da antiga língua de
sinais brasileira com a língua de sinais francesa, que, definitivamente, nasceu
a língua brasileira de sinais (Libras)
Por ser a única instituição para surdos no país e no
continente, o INES foi muito procurado por brasileiros e estrangeiros, virando
referencia na educação, socialização e profissionalização de surdos.
No entanto, em 1880, houve em Milão um Congresso que proibiu a
língua de sinais (gestual), achou-se por melhor adotar a oralização julgando
que esta seria de melhor valia para a educação e o aprendizado dos surdos.
Muitos surdos e professores criticaram tal ação, pois legitimavam a comunicação
sinalizada.
Através de diversos movimentos e muita pesquisa na área, foi
legitimada como Língua a comunicação gestual entre surdos. Foi apenas no fim do
século XX que os movimentos se intensificaram querendo a oficialização da
língua brasileira de sinais (Libras), em 1993 o projeto de lei entrou na longa
batalha para a regulamentação da Libras no país.
Apenas no ano de 2002 a língua brasileira de sinais foi
oficialmente reconhecida e aceita como
segunda língua oficial brasileira, através da Lei 10.436, de 24 de abril de
2002.
Mesmo com um andamento lento o progresso para a cultura Surda
acontece. O século XXI começou e fez a Libras realmente avançar.
Em 2005, através do decreto 5.626 a língua brasileira de
sinais foi regulamentada como disciplina curricular. Já em 2007, a estrutura de
língua foi aplicada a Libras, já que ela é uma língua natural e possui
complexidades próprias e comunicação eficaz. Em 2010 foi regulamentada a
profissão de Tradutor/ Interprete de Libras através da Lei 12.319 de 1° de
Setembro de 2010, simbolizando mais uma grande conquista.
É dever do Poder Público garantir acesso e educação para
surdos nas escolas regulares de ensino, garantindo seu aprendizado e progressão
educacional.
Legalidade da Libras
Portanto à partir desta Lei a Língua Brasileira de Sinais
passou a ser considerada como um meio de comunicação e expressão e não
interpretada apenas por gestos ou mímicas. Mesmo com o passar dos anos a Libras
(Língua Brasileira de Sinais) continua fazendo parte de uma minoria linguística
na qual é constituída por surdos e o meio social em que ele vive, através dessa
língua ele consegue mostrar sua capacidade e seu desenvolvimento no meio
social. Mesmo com essa lei muitos surdos ainda encontram dificuldades para
serem incluídos na sociedade, pois em muitas escolas não há infraestrutura o
suficiente para receber alunos surdos e poucos têm o conhecimento de libras
quando se ingressa no mundo acadêmico.
Contudo, a lei existe, mas não é executada da maneira correta
em diversos lugares, não só nas escolas, como por exemplo nos bancos, consultórios médicos e supermercados, ou
seja, ainda falta infraestrutura e profissionais qualificados que possam
atender os surdos como está constituído nesta lei.
Estão garantidas no Brasil, por parte do poder público em
geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas
institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da língua brasileira de sinais
como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades
surdas do Brasil. De acordo com as normas legais em vigor no País, as
instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de
assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos
portadores de deficiência auditiva.
O sistema educacional federal e os sistemas educacionais
estaduais, municipais e do Distrito
Federal devem garantir a inclusão do ensino da Língua Brasileira de Sinais nos
cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em
seus níveis médio e superior. O governo do estado brasileiro de São Paulo
produziu um dicionário voltado para os surdos, elaborado com o intuito de
diminuir ao máximo a exclusão digital. Produzido em CD-ROM, o dicionário tem 43
606 verbetes, 3 000 vídeos, 4 500 sinônimos e cerca de 3 500 imagens.
Fonte:Wikipédia
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